segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Incidente número três

Passando fita adesiva no bagageiro
Numa viagem tão longa é natural que aconteçam alguns incidentes de percurso. O primeiro obstáculo que vencemos foi o impedimento de Pancho na aduana argentina, depois tivemos o problema com o carro em Mendoza e hoje, tivemos um muito chato: nosso bagageiro abriu e perdemos algumas coisas da bagagem.
Estávamos em velocidade na estrada que corta o deserto entre Chañaral e Antofagasta, sob forte vento transversal - gente, quando eu digo forte, imagine um vendaval que te impeça de caminhar contra a sua direção. Passou por nós um imenso caminhão, que fez uma espécie de vácuo contrário e foi tamanha a força que os cadeados rasgaram o metal do bagageiro e o trinco central quebrou. Nisso, parte de nossas coisas voou para longe e, embora nós tenhamos parado imediatamente, tudo ficou fora de alcance.
Para piorar, estava escurecendo.
Recuperamos um pé da minha bota há uns 200 metros atrás, o outro achamos bem depois, ainda dentro do saco plástico. Perdemos uma sacola inteira com alguns sapatos de Juan e das meninas. Perdemos suprimentos de higiene, um saco de roupa suja, souvenirs que tínhamos comprado para os amigos e o pior, as lembrancinhas que tia Chabela nos deu para nós e para os irmãos de Juan no Brasil. De todos, recuperamos apenas o calendário que era para Pancho.
Eu e Juan passamos fita adesiva por todo o bagageiro para podermos prosseguir. A fita aguentou bem, parabéns à 3M. Lamentamos não ter feito isso antes.
Esse incidente baixou um pouco nosso moral, mas apesar do atraso que nos causou e a tristeza pela perda das lembranças... e coisas que ainda nem sabemos que perdemos, encontramos um hotel muito bom aqui em Antofagasta, perto da caleta de pescadores, com uma bonita vista para o mar. É tarde, vamos dormir. Amanhã eu conto mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário