sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Em casa de Carlos Ruiz Zaldivar


Antes das 10 horas já estavamos procurando a casa de tia Hilda e tio Carlos. O endereço não mudou, mas o entorno está tão diferente que tivemos alguma dificuldade em achar a rua deles. Tia Hilda nos recebeu no portão, cuidando para que sua cachorrinha de estimação não fugisse. Tio Carlos estava lá dentro, bem apoiado numa bengala de madeira, numa pose elegante. Ele é um artista: pinta, escreve poesia e prosa, uma alma sensível. Numa máquina de escrever, sobre a escrevaninha posta de frente para a porta da rua, uma folha datilografada até a metade repousa, com parágrafos da nova obra em andamento, as memórias do escritor.
A aparência do casal é ótima, os dois não parecem ter mudado nada, embora se queixem de diferentes problemas de saúde e do peso da idade. Conversamos, ouvimos as novidades e contamos sobre a nossa viagem. Ao nos despedirmos, ganhamos exemplares do último livro que tio Carlos escreveu, devidamente autografados. Tia Hilda nos deu doces para a viagem.
Foi agradável estar com eles, embora tenha sido uma visita rápida. Pancho se emocionou com a alegria deles em nos ver, todos partimos um pouco nostálgicos e em silêncio.
Todos menos Isabel, que conseguiu deixar o cachorro fugir e tentava nos convencer da sua inocência com explicações enfáticas, até muito depois de deixamos San Felipe.

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