domingo, 31 de janeiro de 2010

Frutillar - a decepção

Chegamos a Frutillar cheios de expectativa e demos de cara com uma multidão. A pequena cidade não tinha uma única vaga de estacionamento em nenhuma de suas ruas. Havia tantos carros circulando quanto parados e a costaneira do lago estava superlotada de gente.
Está acontecendo a 42a. edição de um festival de música, desta vez nas salas de concerto de um novo espaço cultural, o Teatro del Lago que será oficialmente inaugurado no final do ano. Nunca pensamos que um evento desses pudesse reunir tanta gente, numa cidade tão pequena.
Sem chance de comermos kutchen ou o qualquer outra coisa aqui. Decepcionados, fomos embora.

Mais para o sul: Puerto Mont

Palafitos em Angelmó
Depois do café em Puerto Varas, seguimos para Puerto Mont, pelo caminho da costaneiro, que contorna o lago. O dia está nublado e o Osorno está com o pico encoberto, o que é uma pena. Fomos direto à caleta Angelmó, onde há um mercado de peixes e mariscos e um monte de restaurantes que servem frutos do mar, um do lado do outro. Agora estão todos juntos numa construção vertical, que se projeta no mar, o chamado Palafitos Angelmó. O mercado das flores, não existe mais, apenas uma solitária velhinha vende flores em baldes numa esquina.
Em compensação, as lojas de roupas de pelo de lhama e lembranças se multiplicaram.
Percorremos as ruas, depois fomos comer nos palafitos.
Saindo de Angelmó, demos uma volta pela cidade e saímos para ir a Fritillar, para comer a sobremesa: os famosos kutchen (espécie de torta de origem alemã, muito saborosa). Por todo o sul se encontram os kutchen, mas Puerto Varas e Frutillar são os lugares mais tradicionais, onde estão as colônias de imigrantes.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Puerto Varas

O vulcão Osorno, visto de Entrelagos
Ao longo da estrada para Puerto Mont, fomos vendo lindos trigais dourados sob o sol da tarde. Um espetáculo para os olhos. Quando bate o vento, parece um mar de ouro.
Logo o vulcão Osorno estava visível no horizonte, à esquerda. O seu pico nevado brilhando contra o céu azul. Entramos em direção a Entrelagos, para vê-lo mais de perto.
Voltamos depois à "ruta 5" continuando rumo ao Sul.
Chegamos ao anoitecer em Puerto Mont, procuramos hotel mas não achamos vagas onde podíamos pagar. Resolvemos voltar um pouco e ficar em Puerto Varas, uma pequena cidade à margem do lago vulcânico Llanquihue.
Chegando a Puerto Varas encontramos a cidade crescida e muito mais turística do que há 20 anos, quando estivemos lá. Mas conserva seu charme de interior, e um pouco da antiga tranquilidade. Nos hospedamos no hostal El Camiñante, num quarto com cinco camas.
Amanhã vamos à Puerto Mont, à caleta Angelmó, para ver o mercado de mariscos e comer frutos do mar.

Valdívia: Isla Teja - Parque Saval


Acordamos e nos aprontamos para deixar Valdívia. Antes porém vamos dar um passeio na Isla Teja, uma ilha bairro (tipo a Ilha do Governador) que há aqui. Lá está o Parque Saval, um bonito recanto onde há muito verde, pista de hipismo, campos esportivos, planta de exposição ao ar livre e dois lagos lindos, cobertos com flores de lotus. Um lugar perfeito para louvar a Deus num sábado, apreciando a beleza de Sua criação.
Chegamos cedo ao parque, ainda fazia frio. Fomos direto ao lago maior das flores de lotus, que ainda estavam começando a abrir-se ( a medida que o sol esquenta, elas se abrem todas). Pancho estava disposto a caminhar e desceu até a beira do lago, apreciando no caminho as esculturas de madeira que enfeitam este lado do parque. Tiramos muitas fotos e vimos algumas pessoas que atravessavam o lago pelo alto, penduradas numa tirolesa. Adivinhem? Thaís e Bel quiseram tentar a tirolesa e corajosamente, fizeram a travessia.
Depois disso, ainda assistimos um pouco da competição internacional hípica que estava acontecendo lá, com jóqueis brasileiros também. Almoçamos num lugar chamado Horno Palestino e deixamos Valdívia rumo a Puerto Mont.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Valdívia: Corral e Mancera


Encenação em Corral
Logo depois de embarque fomos apresentados à tripilação do Marques de Mancera, que devo dizer, foi impecável na atenção à nós e em especial a Pancho. Um guia nos foi mostrando os casarões históricos à margem do Rio Valdívia e um submarino museo ancorado ali, enquanto deslizavamos suavemente para fora da cidade. Quando o rio se tornou Calle Calle, suas margens se afastaram e ele pôde mostrar toda a sua magnitude, que alimenta com águas férteis toda aquela região tão verde e tão linda. Várias ilhas vão surgindo no percurso, e nosso guia se esmera para explicar cada detalhe. Enquanto isso o almoço foi servido - Juan e Pancho mataram a saudade dos mariscos pedindo um "Curanto" que reúne carne de peixe, vários mariscos e carne de boi. Era uma versão sofisticada, um tanto estilizada do Curanto verdadeiro, que os pescadores cozinham sobre pedras incandecentes num buraco feito no chão.
Nossa primeira para é a ilha de Corral, onde estão as ruinas do forte de 1645, da outra vez que fomos aí, há uns 20 anos, era uma parada rápida, para aproveitar a vista e ler as plaquinhas sobre as batalhas travadas ali. Desta vez fomos surpreendidos um uma encenação de batalhão, com direito a figurino e tiros de festim. Muito interessante, mais para os chilenos, claro, mas mesmo para nós que não estudamos esses eventos na escola nas aulas de história, foi muito educativo.
Saíndo de Corral nos dirigimos à ilha de Mancera, um ilha bonita, muito verde, onde está a ruína do "Castillo San Pedro de Alcântara" outra importante fortaleza do sistema defensivo da região, na época. A maioria das ruínas é sobrevivente do grande terremoto de maio de 1960 que teve epicentro no extremo sul do Chile, na ilha de Chiloé e que além dos tremores destruitivos, gerou um enorme maremoto que devastou a costa do país.
Pancho não caminhou muito nas ilhas, mas apreciou muito o passeio, a vista e as explicações do guia. O dia estava lindo, claro, fresco e azul.

Valdívia: passeio de barco

Aí mesmo na orla do Rio Valdívia, a pedido de Pancho, contratamos um passeio de barco para as ilhas de Mancera e Corral, dois sítios históricos do Chile onde existem ruínas de um forte e de um castelo fortaleza. A princípio estávamos um pouco apreensivos quando ao embarque e desembarque de dele, mas seu desejo de ir nos tranquilizou. Embarcamos às 14 horas no Marquês de Mancera, um barco confortável, com serviço de bordo impecável onde almoçamos muito bem, pratos de frutos do mar.

Chile Sul - Valdívia

Rio Valdívia (Calle Calle)
Lobo do mar no rio Calle Calle
Acordamos bem humorados em Valdívia. A noite gelada deu lugar a uma manhã luminosa e fresca com um céu muito azul. Depois do café, que preparamos na cabana, fomos para a avenida costaneira onde as coisas acontecem em Valdívia.
O mercado já fervilhava de fregueses, escolhendo entre frutas, verduras e mariscos frescos. Atrás do mercado, sobre o Rio Valdívia (que depois passa a chamar-se Calle-calle) gaivotas e outras aves aquáticas sobrevoam o lugar, atraídas pelo cheiro de peixes. Observando o balé das aves, de repente vimos surgir na água a cabeça pontiaguda de um "lobo do mar", tipo de foca comum nas águas frias do pacífico. Isabel ficou muito animada com a novidade.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

À Valdívia por Salto del Laja


Esperávamos pegar trânsito na passagem por Santiago, mas a "ruta 5" passa agora por fora do centro da cidade, rapidinho já estavamos em Reñaca, seguindo para Chillan. Chegamos igualmente cedo em Chillan e resolvemos seguir mais um pouco, para ver a cascata do rio Laja, adiante, antes um pouco da cidade de Temuco.
Paramos no Salto del Laja, que estava lotado de gente aproveitando o dia de sol forte, na bela prainha do rio, deu vontade de ficar ali um pouco também, mas não nos deixamos enganar, sabemos que a água é gelada.
Seguimos viagem, e quando vimos, já estávamos em Valdívia, onde planejamos passar um dia ou dois para aproveitar a cidade que é linda. Achamos, ou fomos achados, logo na entrada da cidade por um casal que oferecia "cabañas". Eles nos levaram até um lugar simpático, onde alugamos, pelo mesmo preço de Concon, uma cabana enorme, com dois quartos, cozinha e sala de estar, tevê a cabo. Só não tinha internet, assim tive que blogar este post off-line.

Para o Sul

Arrumamos todas as malas de novo, colocando as roupas de frio por cima. Entregamos a casa para a senhoria, que mora ao lado e partimos para o Sul. No caminho, passamos na casa de Ximena para nos despedir dela e de tia Chabela. Nessa viagem não conseguimos ir à casa de Daniela, nem de Ivan, pois o tempo estava curto e eles trabalhando. Também não conhecemos o marido de Ximena, Manoel. Na volta do sul, vamos passar por aqui de novo, para apanhar a carteira chilena de identidade de Pancho, que ele renovou e Ximena vai apanhar no dia 30.
Seguimos rumo a Santiago, nossa próxima possível parada é Chillan.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Praia em Concon

Vendo tanto mar por toda volta, a Isabel estava indócil para ir à praia. Como chegamos de Viña cedo, quer dizer, com muitas horas de sol ainda, depois de arrumar as coisas para a viagem ao sul, descemos com as crianças para a praia. Avisamos que o pacífico ali é gelado, mas ninguém fazia Isabel mudar de idéia.
Levei casacos, toalhas, preparei-me para que elas apenas molhassem os pés de desitissem da praia na hora. Realmente, a Thaís relutou em tirar os agasalhos, mas Isabel surpreendeu-nos ficando muito a vontade na água, sambando nas ondas muito feliz. Por honra da firma, Thaís teve que aderir. Isso é que é coragem! Eu fiquei bem agasalhadinha na areia com Juan.

Viña del Mar


Viña tem outros cartões postais além do mar maravilhoso. Um desses lugares é o relógio de flores, e fomos ver como ele estava: lindo como sempre. Porém uma modificação aconteceu ali, não há mais o canteiro inferior com a data, que antes era mudada todos os dias por jardineiros muncipais, desenhada com vasos de flores sobre uma grade de ferro. No lugar da data, há agora um canteiro de rosas brancas.
Na orla, o hotel em forma de navio que havia lá, se projetando no mar, virou um enorme prédio da rede Sheraton, bonito mas comum. O casino ainda é o mesmo, mas a praça está mudada. Partimos para ver a Quinta Vergara, um parque urbano com espécie de várias partes do mundo, mas bateu a fome e resolvemos comer ali por perto. Como a hora avançou muito sem que nos dessemos conta, ficamos sem muita opção. Acabamos numa espécie de Habbib´s chileno, onde comemos comida árabe muito bem feita. Depois da Quinta Vergara, voltamos a Concon, cansados e felizes. Amanhã vamos seguir para o sul.

Valparaíso

"Ascensor"
Ladeira típica
"Moranguinho" no mercado de Valparaíso
Hoje vamos voltamos a Viña e Valparaíso, para ver mais algumas coisas bonitas que não vimos ontem. A Thaís queria andar num dos elevadores da cidade, que antigamente eram parte importante do sistema público de transporte, embora hoje sejam mais uma atração turística.
A população de Valparaíso mora quase toda nos morros frente ao mar, a cidade ficou espremida entre as montanhas e o oceano, e se espalhou para cima. Por conta disso, há ladeiras incríveis e daí a necessidade dos elevadores públicos. Hoje os ônibus e lotações cortam todas as áreas e os elevadores, lentos e limitados aos seus lugares de instalação, foram sendo deixados de lado, e muitos foram desativados. As ruas têm casas coladas umas nas outras, portas à rua, todas coloridas. Essa é uma característica marcante deValparaíso que a diferencia de Viña, que ficou com uma faixa de território plano maior e tem outro tipo de arquitetura, mais cosmopolita.
Escolhemos o elevador que fica próximo ao porto, subimos com um grupo de turístas portugueses. Lá em cima há quiosques vendendo lembranças da cidade e se pode apreciar a vista de Valparaíso abaixo, o porto, o mar do pacífico.
Nosso próximo ponto de parada é o mercado municipal de Valparaíso, Pancho pensava almoçar lá, num restaurante típico, mas o nível dos estabelecimentos caiu muito, comprometendo a higiene e decidimos comer em outro lugar, mais tarde. No mercado, apreciamos os espécimes da agricultura chilena, sempre avantajados, e compramos algumas frutas.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Tomando onze com os Kroff da Noruega

Os Kroff: reunião poliglota de várias gerações
Chegamos vergonhosamente atrasados para o chá na casa do tio Gaston, irmão de Pancho. Esse lanche da tarde pode ser o té (com acento agudo mas se lê - "tê" - que é chá) ou pode ser a "onze". Reza a lenda que esse termo "onze" vem do tempo da lei seca no Chile, quando os homens diziam que iam tomar "las onze" (referindo-se às onze letras da palavra "aguardiente"). Era um tipo de código entre eles e os donos de estabelecimento, que então serviam a bebida numa xícara, junto com o lanche da tarde para enganar as autoridades.
O casal Gastón e Mirna Kroff viviam na Noruega e voltaram ao Chile há alguns anos. Deixaram por lá filhos e netos, mas alguns estão com eles no Chile neste verão. Foi uma reunião muito animada, com os Kroff de várias gerações reunidos. Tiramos uma foto com os varões Kroff e outra com a turma toda, inclusive Janeth, a namorada norueguesa de Andrei, filho de Gastón filho. A salada de línguas foi um item à parte, muito interessante. Nós falamos português entre nós, eles falando espanhol, a namorada de Andrei usando o inglês conosco e o noruego com os outros, e todos se entendendo muito bem, com frases metade numa lingua metade em outra. Saímos de lá tarde da noite.

Chile Central: Valparaíso pela costa

Pancho na orla de Concon
Prédios no Camiño Viña-Concon
Hoje vamos dar uma volta por Valparaíso. Essa cidade é um importante porto do Chile, que movimenta a economia. Era separada de Viña del Mar por alguns quilômetros mas com o tempo e o crescimento de ambas as cidades, tornaram-se unidas, embora cada uma preserve as suas características.
Escolhemos o caminho da costa para ir até lá. A estrada que passa beirando a praia chama-se "Camiño Viña-Concon" e nos oferece uma vista maravilhosa do Pacífico. Há muitos restaurantes, hotéis e casas de veraneio na encosta rochosa e tudo estava muito fervilhante, já que é verão.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

De volta a San Felipe


Programamos ir a San Felipe hoje, visitar alguns parentes do Juan que vivem lá. Chegamos bem na hora do almoço e resolvemos almoçar primeiro. Escolhemos uma lanchonete na esquina das ruas Las Coimas e Merced, em frente a praça. Tomamos refrigerantes diferentes, como o ginger ale, o pap's (de papaia) e limon soda da Canada Dry. Depois, Thaís comou algodão doce e falou com Dinho usando o wi-fi da praça e aproveitei para ligar para minha mãe para saber como estão no Rio. Isabel andou de carrinhos.

Visitando tia Fresia

Sonia, tia Fresia e nós
A "humita" de tia Fresia
Isabel com o Neron Chileno
Depois do almoço ligamos contactamos tia Fresia e fomos até sua casa para uma visita. Ela estava muito bem, e ficou alegre em nos ver, sobretudo em conhecer Isabel. Ela vive com uma amiga, Sônia, e nos recebeu muito bem, embora tenha ficado um fera por não termos ido almoçar lá.
Contou que tem passado parte do tempo na cidade e parte no campo na "parcela" da família de Sônia, onde se plantam várias coisas, entre as quais pêssegos, uvas e milho.
Por falar em milho o ponto alto dessa visita foi o lanche, com "humitas" maravilhosas. São pamonhas salgadas que, talvez pela qualidade do milho, são totalmente diferentes das que comemos no Brasil, tanto em sabor como em textura. Isabel descolou mais uma "allulla" (ajuja) e ficou muito satisfeita com isso e com brincar com os dois cachorrinhos de tia Fresia, Luly e Neron (isso mesmo, o nome do nosso cachorro - esse é um tradicional nome de cães da família do Juan). Soubemos que o sobrinho de Pancho, filho de um irmão já falecido que morava em San Felipe, mora na mesma casa, mas infelizmente estava de férias em outra cidade. Nós pretendíamos vê-lo.
Saindo de lá, tentamos achar a oficina mecânica de tio Octávio e encontramos, mas estava tudo fechado. Sem endereço da casa dele, e como já era tarde, voltamos à Concon.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Santiago, a capital

Flores nas ruas de Santiago: é verão!
Chegamos a Santiago pela Alameda Bernardo Hoggins, uma das principais que segue ao centro da cidade ( aliás, toda rua principal aqui no Chile parece ter esse nome). Mesmo sendo domingo, o movimento de carros era bem intenso. Passamos por vários monumentos bonitos, interessantes. Vimos a estação central do trem, que teve sua estrutura original preservada, vimos modernos shopping centers contrastando com edifícios antigos como a biblioteca nacional e o Museu de Belas Artes.

O palácio La Moneda também está no centro e é a sede do governo, Tem esse nome porque já foi a casa da moeda antes disso. É um prédio enorme, com um jardim lindo na frente, aliás, nos fundos. Paramos lá para tirar umas fotos, e a Thaís e Bel correram em direção à câmera, para reproduzir uma foto que Pancho tirou de seus filhos, nos anos 60. Na foto, Juan e seus irmãos Ingrid e Alfredo são fotografados correndo, em frente à La Moneda.

Fomos até o bairro de Nuñoa, para ver a casa que Juan morou, construída por Pancho. Essa casa foi vendida ao tio de Juan, irmão da mãe dele, Armando, que permaneceu no Chile. Quando estivemos lá anteriormente, ele ainda vivia na casa e pudemos entrar e conhecer. Agora, porém, tio Armando é falecido e sua esposa, tia Elisa, se mudou para um apartamento. Ao chegarmos lá, ficamos um pouco nostalgicos e decepcionados, pois os novos donos colocaram chapas de metal cobrindo as grades da frente e não se pode ver nada da casa, de fora. Enquanto estavamos olhando, apereceu a dona e contamos à ela o motivo de estarmos ali. Ela nos deu o endereço da Tia Elisa e se ofereceu para ligar para ela avisando que pretendiamos visitá-la. Seguimos para lá, e fomos recebidos pelo primo de Juan, Mário que nos contou que o estado de saúde tia Elisa é delicado, depois de um AVC que sofreu há 3 meses. Conversamos um pouco com eles, tomamos refrigerantes, tiramos fotos.

Próxima parada: Cerro San Cristóvan. Eu nunca tinha ido lá. Esse é um ponto turístico de Santiago, onde está o Parque Metropolitano, uma espécie assim de Quinta da Boa Vista misturado com Cristo Redentor. No Parque está um santuário da Virgem Maria, com uma estátua enorme dela.
Logo na entrada, perto do lugar onde se pode tomar um trenzinho para subir (o chamado "funicular"), há uma feira de artesanato e comidas típicas. De longe Juan viu o cartaz anunciando "Mote com Huesillos" e ficou doido para tomar um. Comprou uma porção com 700ml para ele e nós nos contentamos com porções normais de 250ml. O mote é o trigo fresco cozido, encharcado na calda rala de pessegos desidratados fervidos, que vem a ser o huesillo. É servido gelado, em copos, com colheres para se comer o mote e os huersillos. Muito bom.
Do alto do parque se tem uma vista ampla da cidade de Santiago. Infelizmente, havia uma névoa de poluição sobre a cidade, que prejudicou um pouco a apreciação da paisagem. Foi passeio muito bonito. Pancho não subiu até o santuário, mas curtiu a vista da cidade e tomou um café com leite quentinho, acompanhado de um biscoitão palmier que eles chamam de "palmeira". Já passava das 7 da noite quando saímos de Santiago, rumo a Concon. Mesmo assim, quando chegamos em casa, ainda fomos comer os porotos granados que Juan tinha preparado de manhã, para comermos à noite. Ninguém dormiu antes de 1 hora da manhã.

À Santiago, por Curacavi

Eu com a "tinaja" de chicha de uva
A princípio íamos fazer visitas hoje, na casa dos primos de Juan Daniela e Ivan. Porém, como o tempo é curto e não conseguimos combinar com eles previamente, resolvemos ir a Santiago, aproveitando que é domingo e as ruas estão mais vazias. Como qualquer capital, Santiago tem um trânsito intenso e um movimento grande de pessoas no Centro.
Saímos de Concon por volta das 10 horas, tomando o caminho à Santiago pela ruta que passa pela região produtora de vinho, divisando ao longo da estrada diversas vinhas, e outras plantações de frutas, principalmente pêssegos e ameixas. No caminho passamos por uma cidadezinha chamada Curacavi, igual a tantas outras por aqui: uma rua principal, uma prça com a igreja matriz (católica) em frente, e muitas lojinhas pequenas, montadas ao laod ou à frente das casas dos seus donos.
Aqui é a terra da Chicha, uma de bebida feita de uva (embora mais para o Sul se faça de maças também) com baixíssimo teor alcoolico e que se parece mais com um hidromel. Pena que não se pode levar, porque sua conservação é precária. Trata-se de uma bebida artesanal e que não suporta o calor ou a luz.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Chile: Concon, reencontarando Pancho


A viagem até Concon teve cara de passeio e não durou duas horas. Logo estávamos na "rotonda" e logo avistamos a prima de Juan, Ximena, parada lá a nos esperar. Acenamos para ela e, depois de alguns segundos ela pareceu nos reconhecer também. Foi muito bom abráça-la, nos deu aquela sensação de "chegada".
Ximena estava com pacote nas mãos, que tinha um cheiro ótimo: empanadas. Ela nos guiou até a casa, muito perto dali e logo reencontramos Pancho e vimos também dona Isabel, irmã dele, a nossa "tia Chabela". Também conhecemos Manuelito, o filho de Ximena de 7 anos.
A casinha, que eles chamam de cabaña, não tem nada a ver com uma cabana. Tem dois quartos, banheiro, copa, cozinha, sala, área de serviço externa, garagem... bem é uma casa mesmo e não é das pequenas. A mobília é simples, mas há todo o necessário e mesmo alguns supérfluos como estantes e mesas de trabalho. Temos um fogão, geladeira, ferro de passar e até uma máquina de lavar roupas! Vai nos custar $30 mil pesos por dia, o mesmo que um hotel mediano nos cobraria POR PESSOA, pois aqui é área turística e de veraneio. Isso equivale a pouco mais R$ 100. Vamos ficar por aqui até quarta-feira para visitar os lugares da região central, e os outros parentes do Juan que moram todos nessa região.
Como chegamos na hora boa, a hora do almoço, tia Chabela nos aguardava com "carne de vacuno com arroz e papas mayo". As empanadas que Ximena trouxe, foram servidas de entrada. São tão grandes que, para mim, são por si mesmas uma refeição completa.
Depois do almoço, batemos papo sobre a viagem pela Argentina, a travessia da Cordilheira e mostramos as quase 500 fotos que tiramos até agora, no laptop. Ximena nos levou então ao supermercado para eu praticar, segundo a injustiça do Juan, meu esporte preferido: comprar. O supermercado chama-se Santa Isabel, para a alegria da Bel que em todo lugar reconhece o seu nome em letreiros. Compramos leite, pão, sabão em pó, sucos (os néctares, que são maravilhosos), e outras utilidades. Na volta, comecei a lavagem das roupas sujas, assim poderemos seguir para o Sul com toda a roupa limpa outra vez.
Quando Juan foi levar em casa Ximena e tia Chabela, já começava a escurecer. Ou seja, já passava das 9 horas da noite. Aqui não teremos internet wi-fi, o que deve deixar vocês sem notícias por uns dias e atrasar um pouco as postagens do blog. Mas vou ver se acho uma lan-house, o que não gosto muito.

Chile: a caminho de ConCon

Pepino fruta
Em San Felipe, pedimos informação e achamos um "residencial". Uma senhora simpática nos instalou num quarto com "baño privado" uma cama de casal e duas de solteiro enormes. Fazia frio. Dormimos muito bem, tomamos café, ou melhor, "té" e fomos para a praça falar com Ivan sobre o endereço de Pancho em Concon, mas ele insiste que devemos encontrar a Ximena no trevo para que ela nos leve até a casa. Assim ficou combinado. Não deu tempo de blogar, mas tenho escrito off line, para postar quando tiver condição. Vocês devem ter paciência comigo, meus queridos. Juan foi tirar dinheiro chileno no banco, para a gente poder abastecer. Na volta, trouxe um saco de "allullas", um tipo de pão muito característico daqui, redondo, com furinhos, tem uma massa meio folhada. A Isabel agarrou o saco e está comendo uma atrás da outra.
Vejo no mapa que temos novos caminhos para ir à Viña, partimos pelo mais conveniente, que vai direto à Concon. A estrada está ótima, duplicada, com um asfalto que é um tapete. Na beira da pista, barraquinhas vendem frutas e legumes. O Juan parou para comprar pêssegos peludos e pelados (os pelados nós chamamos no Brasil de Nectarina). Eu comprei pepinos fruta, para mostrar às crianças - na primeira vez que eu vim ao Chile, sozinha com meu sogro e sogra, na casa de um irmão da minha sogra cansaram de me oferecer pepino depois do almoço e eu sempre recusava, pensando que era uma maluquice comer pepino de sobremesa. Só no último dia descobri que se tratava de uma fruta, muito gostosa. Ela tem a forma de um tomate, mais ou menos. Mas a casca é rajada como a de uma melancia, e por dentro tem a carne da cor da pera, mas na verdade tem gosto parecido com o de um melão bem doce. A foto eu estou postando aqui para vocês verem.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Chile Central: San Felipe

Como saímos tarde de Mendoza, acabamos chegando ao Chile com a noite já avançada. Não dá para ir à ConCon, em Viña del Mar direto, onde nos espera Pancho, na casa que tia Chabella (irmã dele) alugou para nós. Saindo da Cordilheira pelo "Camiño Internacional" saímos em Los Andes e depois San Felipe, que é justamente a cidade que o Juan nasceu. Ele tem parentes da mãe aí, mas nós não vamos chegar na casa deles perto das 11 da noite, sem aviso. Paramos o carro na praça principal, a "Plaza de Armas da ilustre Municipalid de San Felipe" para resolver o que fazer. Para nossa grata surpresa, a plaza é uma área wi-fi.
A prima de Juan, Ximena, não está on line. Mas Ivan, seu irmão, está. Nós o contatamos pelo skype, e explicamos que estamos no Chile, e que vamos procurar um lugar para dormir por aqui mesmo. Ao mesmo tempo, Homero, cunhado de Juan no Rio de Janeiro também entrou nessa conversa e isso foi bom para tranquilizar a todos. Agora vamos tentar achar onde ficar, pois San Felipe é pequena e não exatamente turistica. Aqui, é uma hora mais cedo que no Brasil. São onze horas.

Cordilheira Chilena: Portillo e Lago del Inca


Saindo da aduana, à direita, ergue-se o prédio de um hotel, da mais famosa estação de esqui do Chile, Portillo. Claro que não havia neve, aliás, a neve é rara nessa época do ano, e mesmo nos cumes mais altos da cordilheira, onde antes se viam as neves eternas, agora, com o rombo na camada de ozônio, não se vê muito mais.
Ainda assim, é lindo esse lugar. Principalmente porque ao lado do hotel está o Lago del Inca. Esse lago é de uma cor esmeralda sem par, com a superfície plana como um espelho, refletindo as montanhas ao redor. No inverno ele congela.
Em 95, tiramos uma foto da Thaís aí, que está num porta retratos, lá em casa. Ela quis refazer essa foto, e paramos para isso e para admirar o lago. O vento estava cortante, frio. Mas tudo na paisagem tinha o calor do acolhimento, aquela beleza que abraça, que envolve a gente.
Elejo este ponto o meu preferido da travessia da Cordilheira.

Cordilheira: Aduana


Logo depois da Puente del Inca está a aduana Argentina. Não entendemos a placa que dizia algo sobre trâmite conjunto, e entramos para perguntar. Trata-se do seguinte: quem entra na Argentina, passa por ali e quem entra no CHile, passa apenas pela aduana chilena. Que alívio! A fila era quilométrica, uma confusão incrível.
Saímos felizes, rumo à fronteira do Chile, e encontramos uma alfândega movimentada, porém calma e organizada. Entramos numa pequena fila, preenchemos umas fichas, passamos à revista da receita federal de lá, leve, descontraída, com o chileno que nos revistava brincando de falar português com um sotaque engraçadíssimo. Tudo certo, nos invadiu uma alegria muito grande. A placa que dizia "bienvenido a Chile" teve um significado todo especial para nossos corações, dava até vontade de chorar. Para Juan, era como estar de volta ao lar e para nós outras, de certa forma, também.

Cordilheira Argentina: Puente del Inca



Subimos com a expectativa de chegar ao lugar chamada "Puente del Inca", onde estão as ruinas de um vilarejo que foi soterrado por uma avalanche. Ali está uma pequena igreja, o único prédio que sobreviveu à tragédia, salvando aqueles se encontravam no seu interior. Também se vê uma ponte natural, cavada na rocha sedimentada pelas águas - a Puente del Inca, propriamente dita. Costumava ser um lugar de parada obrigatória na subida, ainda do lado argentino, porém ermo, sem qualquer habitação próxima.
Quase passamos direto pelo lugar, tal a mudança ocorrida ali, desde a última vez que estiveramos lá. Agora haviam vários ônibus de excursão parados, carros, motos... flanelinhas explorando o estacionamento e uma feira ao ar livre, que vende de tudo, desde roupas e artesanato até pedras "com fluídos positivos". Aceitam-se pesos argentinos e chilenos, reais, dólares e euros, além de cartões de crédito e débito. Acredite se puder, no meio da cordilheira, entre nada e coisa nenhuma, pessoas tomam refrigerante e compram com mastercard, visa ou american express.
O acesso à ponte está fechado, por perigo de desabamento. Ainda bem, nem gosto de pensar se toda aquela gente resolvesse posar para fotos em cima desse patrimônio histórico.
Em protesto contra o "progresso" instalado no local, nos recusamos a comprar o que quer que fosse ali,
Tiramos as fotos que documentam a nova tragédia que se abateu sobre o lugar (deve ser amaldiçoado) e fomos embora com uma estranha sensação.

Argentina / Chile: a Cordilheira


De carro, essa é a terceira vez que cruzo a Cordilheira do Andes.
Nunca vou deixar de me emocionar com esse lugar, sua grandiosidade, a imponente forma das montanhas recortadas no céu. Nenhuma foto poderá jamais transmitir a sensação que se tem ao pé dessa milenar obra da natureza, prova indubitável da existência de um Deus criador de infinito poder. Ali, na sombra dessas imensas rochas, nos sentimos muito pequenos, e temos consciência de nossa insignificância ante a magnitude da Terra e o universo.
Os Andes tem aparência árida, arenosa, e suas paredes são salpicadas por tufos de plantas ressequidas lutam com os ventos velozes e frios que sopram incessantemente por lá. Mas pelas sendas correm rios que descem até a planície e matam a sede da terra, tornando-as férteis, cobertas de parreiras de uvas e pessegueiros, tanto de um lado quanto de outro.
Em nossa subida, rumo à fronteira, que está bem lá no alto, há mais de 3 mil metros de altura, nos rendemos à grandeza do lugar, parando para admira-lo e, claro, tirar muitas fotos. Por toda parte, à medida que nos aproximamos no cume da passagem, se vê as marcas da estrutura para enfrentar o inverno naquelas altitudes, marcos para medir a neve à beira da estrada, placas indicando as áreas de abrigo e onde obter socorro em caso de neve pesada, advertências sobre o uso de equipamentos especiais para o gelo na pista. Seguimos ao lado da antiga estrada de ferro que fazia a travessia quando as estradas não eram assim tão boas como são hoje e este era o único meio de comunicar-se ao outro lado por terra, levando as produções até os mercados consumidores, do outro lado da muralha. Abandonada, a estrada do trem tem trechos desabados, mas ainda é encatadora, com seus túneis abertos na rocha e suas pontes de ferro sobre rios que só correm quando a neve dos cumes se derrete, no início da primavera.

Os problemas....

Conversando durante o almoço com Juan, sobre os problemas do carro e minha preocupações quanto ao resto da viagem, fiquei mais tranqüila. Ele concluiu, com o pessoal da Yacopini, que realmente só pode ter sido o fato do carro ter sido abastecido com o combustível errado o que causou todos os problemas. Como a injeção é eletrônica, o computador que controla a mistura tentou se ajustar para queimar o diesel e surtou. A última providência foi trocar os filtros de combustível e refazer as regulagens eletrônicas para o padrão do carro. Até agora ele está bem, tudo parece normal de novo. Essas viagens, por mais planejadas, são uma caixinha de surpresas...Com tudo o que passamos, o problema na fronteira e agora o carro, muitas famílias desistiriam, se sentiriam desanimadas, mas não a família klimber-Kroff. ;)

Argentina: Adeus Mendoza

Juan chegou de volta ao hotel, da concessionária perto do meio-dia. Já tínhamos desocupado o quarto e fechado a conta, esperamos no saguão, usando o wi-fi para mandar mensagens e ler e-mails atrasados. Isabel jogou um pouco no site "jogos de meninas".
Carregamos o carro e fomos comer alguma coisa ali perto mesmo. Finalmente, encontramos alguma comida e verdade por aqui, costeletas de boi com batatas e salada. De sobremesa foram uns "helados artesanales muy preciosos" - sorvete. Um parêntese para os sorvetes da Argentina, são mesmo preciosos, muito cremosos, delícia. Prefira sempre os de creme ou doce de leite (há vários tipos), ou com frutas da terra. Nunca peça de manga, banana, coco, essas coisas que eles não tem, porque são sabores artificiais.
Alimentados, estamos saindo à Cordilheira. Desta vez, se Deus quiser, vamos para o Chile.

Mendoza histórica


A rua em que a gente ficou está cheia de pequenos hotéis de uma a três estrelas. Também tem um monte de agências de viagem, eles chamam de bairro turístico e fica numa parte histórica da cidade.
Visitamos algumas coisas aqui, e havia também uma feira de artesanato, mas não queríamos ficar muito tempo longe do hotel, para caso do Juan voltar. Assim, demos só uma passada nas coisas e entramos num Carrefour que tem na esquina mais próxima, para comprar uma escovinha para tentar tirar a graxa das unhas do Juan :)
Ao longo das calçadas tem umas caixas de vidro, com umas pinturas combinadas com esculturas pequeninas de massa, representando cenas do século retrasado e passado. Tentamos tirar fotos mas o reflexo das coisas no vidro não permitiu uma boa visibilidade do interior das caixas. É algo muito bonito. Voltamos para o hotel e tivemos esperar até depois do meio dia para o Juan voltar.
Tudo certo, vamos comer.

Argentina: Mendoza (sexta-feira)

O carro saiu andando da Yacopini Motors, ontem. Fomos procurar um hotelzinho para passar a noite. Achamos um, contratamos, mas quando o Juan foi pegar o carro para guardar na garagem, não pegou. Ligamos do hotel para o nosso amigo Pablo, na concessionária e combinamos de levar o carro de volta lá (se pegasse) hoje de manhã. Assim foi feito. O Juan está para lá desde às 8 horas, eu e as crianças ficamos aqui no hotel, esperando. Tomamos café e vamos dar um volta pelas imediações, para passar o tempo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Yacopini Motors

Chegamos à Yacopini Motors mais ou menos no fim da hora da siesta, às 16h30. O atendimento aqui é todo organizadinho e para ser correto nós teriamos que agendar uma hora para amanhã. Mas nós não temos mais hotel aqui em Mendonza e nem carro para ir atras de um porque agora ele não quer mais pegar. As crianças estão sentadas na sala de espera de clientes, assistindo tevê sem volume, e ouvindo música ambiente. Na verdade se a tevê tivesse falando, também não faria diferença porque a Bel não entende espanhol. Ela disse, no hotel que o Bob esponja estava falando tudo errado.
Ela brinca com uma Barbie e o Ken, que embarcaram nessa aventura com a gente.
Já são 19h30, com o sol ainda brilhando lá fora. A concessionária fecha às 22 h.
Eu comprei um achocolatado no posto de gasolina ao lado e consegui uns biscoitos também. De tanto tempo esperando acabamos por fazer da sala de espera um tipo de acampamento provisório dos Kroff. A Thaís, ora cochila no sofá, ora navega no wi-fi da loja. Aliás, tudo que é lugar aqui tem internet sem fio. Já falamos com o Chile pelo skype, avisando que estamos com problemas. Soubemos que don Pancho está alugando um kitinete para a gente, por três dias.
Aqui na Yacopini, fomos atendidos por um rapaz muito amável, chamado Pablo Arrieda. Ele está conseguindo um encaixe para nós. Nesse momento, recebemos um sinal verde e preenchemos uma ficha.
Daqui a pouco o nosso carro será visto. Cruzem os dedos, que aqui eu oro para que tudo acabe bem e logo.

Carro enguiçado II

Bem, andamos um bom pedaço, rumo a subida da Cordilheira, mas o carro voltou a falhar e mesmo morrer. Juan fez a volta e deixou descer... viemos de volta à Lujan. Entramos na Vila em busca de ajuda, mas não conseguimos uma oficina com computador para diagnosticar qual componente eletrônico resolveu não cooperar.
Tentamos comer. Entramos num café, com wi-fi, para eu postar no blog. Só tinha sanduiches. Pedimos duas hamburguesas e dois tostados. Ao que parecia, eram hamburgueres e mistos quentes. E eram mesmo, só que enormes! O hamburguer é do tamanho de um prato de sobremesa e com salada, ovo, um monte de coisa, parece mais um beirute do Habbib´s. O tal de tostado, pedimos um para mim outro pra Bel, vem uns dez sanduíches cortados em triangulo, numa travessa. Um teria dado para nós duas e sobrado. Comemos, com "gaseosas" - coca e sprite - e ainda mandamos embalar o resto para viagem. O garçon era chileno e se entendeu bem com Juan, cujo sotaque ele reconheceu na hora.
Seguimos para Mendoza, aqui não tem futuro o conserto do carro. Mas levamos o endereço da concessionária GM de lá, a Yacopini Motors, na Calle San Martin - Sur.

Carro enguiçado



Saímos com a nova gasolina e cheios de entusiasmo para subir a cordilheira. O carro, porém, não pareceia tão entusiasmado quanto nós e voltou a dar problemas. O Juan trouxe conosco um sensor de r caminho otações, que ele achava que poderia dar problema no caminho, e resolveu trocar, ali na estradinha que vai da vila de Lujan até cordilheira acima. O sol estava alto, aqui o calor é diferente, a gente não sente tanto incômodo, não transpira tanto, mas em compensação o sol dói na pele.
Procuramos uma sombrinha, o Juan corajosamente começou a troca do sensor, tirando a roda, depois o coletor de admissão, tudo para chegar a uma pecinha de nada com um fiozinho. De vez em quando parava um carro argentino, não para oferecer ajuda, mas para nos perguntar como ir para o Chile dali. Mas um ofereceu, afinal, para chamar um guincho. Aceitamos, já que um lugar mais apropriado seria melhor para o Juan concluir o serviço. Infelizmente, até o guincho chegar, Juan já estava terminando de montar o carro de volta. Mas fizemos amizade com o dono do caminhão, um pacato cidadão de Lujan, chamado Maradona.
Seguimos cordilheira acima, mais uma vez.

Argentina: Tirando diesel do carro


Acordamos cedo. Depois do café, Juan foi para o posto de gasolina ao lado do hotel para tirar todo o diesel que possa estar no tanque do carro e abastecer com gasolina, que aqui eles chamam de "nafta". Eu e as crianças arrumamos toda a bagagem e estamos esperando. Enquanto isso faço fotos no jardim do hotel, que tem flores muito lindas. Logo subiremos a Cordilheira.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Argentina: Mendoza


Chegamos a San Luiz muito cedo e resolvemos "tocar" até Mendoza. A estrada é um retão infinito, que se perde no horizonte, com nada de um lado, nada do outro, até bem perto da cidade. Achamos um posto de gasolina e decidimos abastecer um pouco o carro e desabastecer as bexigas, por via das dúvidas, mas logo já avistavamos os primeiros prédios. Nisso, o carro começou a falhar.
Entramos na cidade quando começava escurecer. Trata-se de um centro urbano moderno, com áreas hoteleiras e gastronomicas, uma cidade turística. Aqui se produz o melhor vinho da Argentina e muitos vêm prová-lo nessa época de férias.
Nos primeiro hotéis que perguntamos por hospedagem encontramos os quadros lotados. Acabamos num hotel no Centro, três estrelas mas com serviço de quatro. O preço foi um pouco mais alto, mas ainda bem barato comparado aos preços brasileiros.
Conjecturando sobre o comportamento de falha súbito do carro, concluímos que o cara do posto onde colocamos um pouco de combustível, confundiu a palavra "gasolina" no tanque com "gasoil" que quer dizer diesel. Juan declarou que mandará tirar tudo o que sobrou no tanque amanhã de manhã e colocar novo combustível, para não correr riscos.
Vamos tentar comer agora, aqui talvez seja mais fácil. Depois eu conto.

Argentina: Santa Fé


Chegamos a Santa Fé, já passava das 21 horas. Ficamos num hotelzinho simpático no centro da cida de, num quarto triplo onde montamos uma caminha de edredons no chão para a Bel. Saímos para comer alguma coisa, mas tudo já estava fechando e tudo o que conseguimos foi comer num McDonald´s, para alegria das crianças. A Bel ganhou duas novidades de Mclanche Feliz (a minha e a dela) que a tem distraído um pouco. Aqui se chama "Cajita Feliz".
De manhã, tivemos que procurar outra vez um banco, porque o hotel não aceitava cartão. A rede Mastercard aqui é uma tal de rede Link, mas parece que a maioria dos bancos usa a rede Visa que é uma tal de rede Banelco. Achamos a Link no banco do Estado da Argentina, que tem aquela característica típica de instituição do Estado: filas. Me senti na Caixa Econômica em pleno dia 10 ou no Banco do Brasil em dia de pagamento de servidor. Meu amigo William ia se sentir em casa :)
O tempo desta vez está bom, seguimos em direção a Rio Cuarto, passando por várias pequenas cidades de beira de estrada, todas muito parecidas, com destino a San Luiz ou, se der, Mendoza.

Mudança de rota


De Corrientes, devíamos seguir para o norte, no plano original. Íamos pegar o caminho que passava por Pampa de Los Guanacos em direção à Salta e San Salvador de Jujuy. Porém, como Pancho teve que nos deixar, resolvemos fazer o caminho já conhecido pela região de Córdoba, San Luiz e Mendoza, passando a cordilheira para sair perto de Santiago, no Chile.
Não teria sentido fazer o roteiro do deserto do Atacama sem Pancho, já que ele foi quem idealizou essa rota, que queria muito fazer. Vamos pegá-lo em Viña del Mar e então vamos descer ao sul do Chile, para comer umas coisinhas gostosas, ver os vulcões nevados e sentir um pouco de frio de matar.
Depois, voltamos ao centro, e seguimos de volta ao Brasil pelo norte, fazendo o roteiro do deserto e depois, passando para a Argentina pelo passo Jama. Conheceremos Pampa de los Guanacos na volta.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Argentina: Corrientes-Resistência

Essas duas cidades estão bem próximas, cada uma de um lado do Rio Paraná. São ligadas por uma ponte pencil, que é seu cartão postal. Tem uma foto dessa ponte numa postagem anterior aqui do blog. As pessoas estão aproveitando a praia do rio, perto da ponte, para se refrescar do calor, dá até vontade de ficar e aproveitar também.
Chegamos numa hora ruim, bem no meio da siesta. Sim, eles dormem de duas às quatro da tarde. A impressão que dá, vendo todo o comércio fechado, é que seja feriado na cidade. Isso me lembra que no Rio de Janeiro amanhã é feriado...parabéns ao Rio, já temos saudades.
Em Corrientes não achamos onde comer, fomos para Resistência e lá encontramos um lugar muito simpático aberto, onde comemos uma pizza deliciosa, embora a idéia inicial fosse comer uma Parillada. Fazer o que?
Agora estamos a caminho de Santa Fé.

Argentina: Posadas

Posadas é uma cidade relativamente grande, tem vários hotéis e pousadas, pagamos por um quarto triplo metade do que pagamos no Brasil, infelizmente, a internet wi-fi estava com problemas e não pudemos nos comunicar com o Chile para saber se Pancho chegou bem, nem com o Brasil. Resolvemos a questão dos pesos argentinos lá, num banco local, na Praça 9 de Julio. Quando saímos do banco, caiu uma chuvarada daquelas, "uma tormenta" como eles dizem. Chegamos de volta ao hotel ensopados. Esperamos acalmar, saímos da cidade ainda sob chuva, por volta de 9 horas, horário argentino, em direção a Corrientes.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Argentina, aqui vamos nós


Tínhamos trocado alguns reais por dólares no sábado. Saímos com o tanque cheio, levando esse dinheiro e esquecemos de trocar por pesos argentinos na aduana. Lembramos desse importante detalhe quando nos deparamos com a primeira praça de pedágio. E agora? Que vamos fazer?

Paramos para perguntar se poderíamos pagar em dólar. Não podíamos.

Mas para nossa (agradável) surpresa o rapaz disse com simplicidade que “com dólares no, pero com reales, si”. Tudo de bom.

Pagamos dois pedágios e colocamos gasolina na cidade de Wanda, com reais. Claro que houve um ligeiro erro no troco, dado em pesos, a uma taxa de câmbio toda particular. Mesmo assim, valeu a pena, pois realmente o real está com força frente à moeda Argentina.

Combustível

Desistimos de trocar o bico de abastecimento de gás pelo modelo argentino. Todos nos desencorajaram, dizendo que a gasolina é tão mais barata na Argentina e o os postos de gás tão poucos, que não compensaria. Vamos nessa onda.

Foz - O grupo se separa

Aeroporto de Foz
Templo budista em Foz do Iguaçu
Voltamos ao mesmo Hotel São Pedro onde havíamos nos hospedado antes e montamos o quartel general para resolver a questão de don Pancho. Acordamos nessa segunda-feira sabendo que estaríamos com a manhã livre até a hora do vôo.
Aproveitando esse tempo, fomos ver se podíamos conhecer a usina hidroelétrica de Itaipu. Quando chegamos lá, a excursão interna tinha acabado de sair, e o horário da próxima saída, somado ao tempo do passeio, mais o tempo de retorno ao aeroporto de Foz, ultrapassava o horário de apresentação de Pancho para o check-in, principalmente porque ele teria máxima assistência no vôo, com prioridade de embarque.
Lá em Itaipu, Angelita, a moça da recepção, foi muito amável em indicar um passeio alternativo que estaria no caminho de volta à cidade: a visita ao centro internacional budista de Foz. Nenhum de nós é budista, mas ela garantiu que seria interessante, então resolvemos dar uma espiada. Realmente, o centro budista é um lugar lindo. Trata-se na verdade de um imenso jardim, com grandes esculturas e um templo no estilo oriental, tudo muito harmonioso, silencioso e de muita paz. Valeu a visita que, aliás, é gratuita.
Saindo de lá fomos direto ao aeroporto, onde tivemos um atendimento excelente, Pancho contou com toda mordomia no embarque. Ele vai chegar no Chile meia-noite e quarenta e cinco, fazendo uma escala em Guarulhos, onde vai trocar de aeronave e depois fazendo uma parada breve em Buenos Aires, para embarque de passageiros. Almoçamos algo rápido no aeroporto mesmo e seguimos para a aduana. Desta vez, deu tudo certo, passamos sem problemas.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Barrados na fronteira

A saída do Brasil foi tranquila, registramos os nossos pertences eletrônicos, preenchemos duas fichinhas, passamos. Atravessamos a ponte, chegamos a aduana argentina e, infelizmente, fomos barrados. Ou melhor Pancho foi barrado, porque sua carteira de identidade está vencida.
Acontece que, como ele é maior de 65 anos, a lei brasileira diz que ele não precisa mais renovar a carteira. Só que os argentinos não reconhecem essa lei e não aceitam o documento "vencido". Pedimos ajuda na policia federal do Brasil, eles explicaram que esse problema está acontecendo com frequencia e várias reuniões entre Brasil e Argentina estão sendo realizadas sem que se consiga persuadir os vizinhos a aceitarem a nossa lei.
Não há consulado do Chile em Foz do Iguaçu, o que seria uma ajuda, pois poderiamos tirar um passaporte de emergência para ele, que é chileno. A carteira de identidade chilena também está vencida, desde novembro.
Dentre as opções válidas, elegemos mandar Pancho para o Chile de avião, onde ele ficaría nos esperando por três dias, na casa de uma irmã, em Valparaíso. Mas, para que ele não perca o passeio ao Norte, que era objetivo da viagem, vamos inverter nosso roteiro.
Descobrimos voos diarios da Gol, saindo de Foz, rumo a Santiago, com uma ou duas escalas. Compramos pela internet a passagem de Pancho e ele embarca amanhã, segunda-feira, às 14h40. Depois de deixa-lo no aeroporto, vamos outra vez para a fronteira, desta vez, se Deus quiser, seguir viagem.

Marco das três fronteiras


Hoje pela manhã saímos do hotel e fomos visitar o marco das três fronteiras. Desse lugar há o encontro dos rios Paraná e Iguaçu, formando um triângulo. Em cada margem desse triangulo está o marco de um país - Paraguai, Argentina e Brasil. Depois das fotos de praxe e outras, e ainda a compra de um super óculos de sol rosa-barbie paraguaio, pelo qual a Bel se apaixonou, pela bagatela de de R$ 5,00, rumamos para a alfandega da fronteira a fim de penetrar o território argentino.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Brasil - Cataratas do Iguaçu



Chegamos a Foz e fomos direto procurar o hotel. Nos hospedamos num três estrelas razoável, em quartos conjugados, o que é muito prático. Saímos imediatamente para as Cataratas que ficam aqui pertinho do hotel. Foi maravilhoso, sempre é. Eu recomendo uma visita às cataratas do Iguaçu a cada brasileiro, pelo menos uma vez na vida.

Meu sogro, que tem dificuldades para caminhar, ganhou cadeira de rodas para andar por lá, foi ótimo e evitou que ele se cansasse demais. A Bel ficou uns dois minutos de boca aberta diante da cachoeira que fica logo na entrada do complexo, no mirante que fica a poucos metros da queda. Ela nunca viu tanta água assim, tamanho ruído, uma força tão incrível. Ficou maravilhada também com a quantiade de borboletas de todos os tipos que enchem as trilhas do local. Mansinha, acostumadas ao público constante que circula aí, elas veêm descansar nas roupas e cabelos dos turistas, enfeitando todo mundo com suas cores.

Brasil: Cascavel - Foz do Iguaçu


Gente, hoje foi um dia muito especial. Deus nos abençoou com um sábado cheio de maravilhas da sua criação para encher os nossos olhos e corações. Dormimos até tarde, tomamos café no hotel e só deixamos Cascavel por volta das 10h30. A estrada no trecho Cascavel-Foz do Iguaçu é cheia de plantações, de soja, de milho... uma coisa linda de se ver, a vista se perde no verde que cobre o relevo com graça acompanhando as curvas dos morros. O vento batendo nas folhas faz com que parece um imenso mar, com ondas agitadas suavemente em cadência. Lindo demais.

A Bel, a essa altura, já conhece quase todas as placas de trânsito pelos desenhos e adora nos informar o que elas querem dizer. Bricamos de contar coisas pelo caminho: carros vermelhos, carros amarelhos, bois, é uma farra. Está se portando muito melhor do que esperávamos, está tudo indo bem.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Cascavel

ItálicoCentro de Cascavel
Por conta da saída com atraso por causa da chuvarada e o fato de termos que andar mais devagar na estrada por conta do mesmo aguaceiro, não conseguimos chegar em Foz hoje.
Às 21h chegamos em Cascavel, e resolvemos ficar. Cascavel fica a uns cento e poucos quilômetros de Foz e apesar de ter a opção de prosseguir para lá, achamos que o esforço não valeria a pena. Amanhã, descansados, sairemos direto para comprar o bico de GNV para o padrão da Argentina e vermos as Cataratas Só no domingo devemos deixar o Brasil. Estamos no hotel Copas Verdes, um dos pouco da cidade que tem elevador para os quartos. Como meu sogro tem dificuldade com escadas, isso foi um fator decisivo na escolha do hotel.
Boa noite a todos, amanhã a aventura continua.

Brasil : Rio - Cascavel


O Primeiro trecho da viagem já foi. Pegamos chuva em alguns lugares, mas de um modo geral correu tudo bem. Fizemos várias paradas, almoçamos (na verdade um lanchão) no último Graal de São Paulo, antes de entrar no estado do Paraná.
O trecho que demorou mais foi o pedaço entre Ponta Grossa e Cascavel, parecia que a gente não ia chegar nunca. Acho que estávamos mais cansados, além disso havia caminhões demais na estrada, de mão dupla. Eu dirigi um pouco nesse trecho, porque o Juan já estava dando sinais de que estava no limite. Embora ele seja "fominha" de volante, concordou em descansar um pouco.
As estradas estão ótimas, muito bem sinalizadas, o asfalto perfeito. Em compensação, nunca paguei tanto pedágio na minha vida! Vamos fazer as contas para ver o total, mas ficou bem caro.
Um guarda nos parou já no Paraná, teoricamente por excesso de velocidade num trecho urbano que o limite seria 60km/h. Depois de acertarmos alguns "detalhes" com ele, seguimos viagem sem inconvenientes. Parece que alguns coisas nessa viagem não serão privilégio da Argentina...